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FIM DAS ELEIÇÕES. . . VOLTA AO TRABALHO


O Brasil tem enfrentado nos últimos anos, a um movimento sistemático de corrosão da convivência social, que se agravou fortemente durante o período eleitoral. Os diversos segmentos que compõem a sociedade foram se aglutinando em grupos específicos que, nos meses que antecederam as eleições, passaram a divergir de forma sistemática, aumentando cada vez mais a agressividade dos debates. A disputa política não se limitou a divergências de opiniões e posições, que poderiam ser superadas depois, mas passou a se configurar como uma incompatibilidade irreconciliável de visões distintas sobre pontos fundamentais.


Esse cenário foi potencializado pelas redes sociais que, ao invés de funcionarem como um fator de integração da sociedade, serviram para radicalizar as posições, formando “grupos” antagônicos que passaram a se confrontar nos vários ambientes, inclusive familiares.


A mídia tradicional também se transformou muito mais em participante do debate político, inflamando as posições, do que meios de informação isentos e que pudessem desanuviar o ambiente de agressividade. Enfim, passada as eleições, o resultado confirmou a divisão em dois blocos distintos, praticamente iguais numericamente, com posições em comum de diferentes gradações, onde as porções, estejam predominantemente, próximas ao centro.


Se essa suposição for correta, acredito que se possa achar uma “zona de convergência” a partir da qual se vá ampliando o espaço do diálogo em torno de um plano de desenvolvimento com inclusão, que permita a retomada do crescimento com o combate à pobreza e melhor distribuição dos frutos do progresso. O Congresso, cuja composição é bastante diversificada, é o local onde se poderá buscar a conciliação e o entendimento, mas, para isso, vai precisar isolar os extremos, e se preocupar mais com o futuro do que acertar contas do passado.


Cabe a cada um que tenha alguma parcela de influência trabalhar para melhorar o clima de entendimento, mesmo que tenha tido muitos de seus pontos de vista derrotados. O resultado das eleições não deu a nenhum dos grupos uma supremacia de suas posições, mas revelou apenas uma maioria estreita que exige a busca da conciliação. O momento é de reconciliação, serenidade, fim das discuções sobre resultado das eleições, recompor laços familiares e com amigos e, a necessidade da volta gradativa ao trabalho.

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