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Inteligência artificial já é aliada de grandes empresas


São Paulo – A inteligência artificial vem se tornando uma nova aliada de grandes empresas na busca por aumentar a produtividade, conhecer o impacto ambiental de sua produção e melhorar os indicadores de sustentabilidade. Informações coletadas por sensores nas máquinas e análise de bancos de dados com histórico da produção e outras variáveis, como meteorológicas e de mercado, têm otimizado o funcionamento das máquinas e o uso de recursos na indústria e no campo.


Entre os exemplos estão as soluções adotadas pela Braskem, do setor petroquímico, usando algoritmos para definir a melhor formulação na hora de produzir plásticos reciclados. Diretor técnico da companhia, Guilherme Baeta diz que o trabalho combina resina virgem – produzida na própria empresa – com o plástico consumido e recolhido para reintrodução no mercado. A diferença no controle de qualidade que é possível ter nesses dois tipos de materiais torna mais complexo definir qual produto final criar e qual a melhor formulação para chegar até ele, explica o executivo.


Segundo Baeta, essas decisões estão sendo apoiadas pela inteligência artificial, que aponta as cinco melhores alternativas de acordo com o cenário. Ele diz que a produção de reciclados partiu de um volume incipiente em 2020. Agora a empresa busca acelerar a produção para atingir 300 mil toneladas de produtos desse tipo comercializados até 2025.


A análise de informações também permitiu à Braskem reduzir de 20% a 40% o volume de produtos que saíram fora das especificações em 20 de suas unidades, dessa vez considerando itens feitos com matéria-prima nova. Baeta afirma que o resultado foi obtido ao incorporar inteligência para oferecer sugestões no momento em que a indústria muda o tipo de resina que está produzindo. Isso se tornou possível porque o software passou a indicar qual a formulação e o modo de preparo para cada tipo de plástico de acordo com a situação. Anteriormente era preciso esperar o funcionamento do reator a cada nova configuração e, depois, retirar uma amostra para verificar se o produto estava adequado. O processo, que poderia levar uma ou duas horas até que se chegasse a um resultado adequado, passou a ser quase automático, segundo o executivo.


Ouro Branco – Na fábrica da Gerdau, em Ouro Branco, em Minas Gerais, a produção da aciaria é espelhada por um sistema conhecido no mercado como gêmeo digital. “Virtualizamos todo o ambiente físico e criamos um ambiente paralelo que permite analisar qual o melhor tipo de aço a ser produzido para cada momento e o melhor sequenciamento de produtos”, explica o líder global de tecnologia digital da empresa. Gustavo França,

A tecnologia também aparece em outras três fábricas do Estado. Nelas, o objetivo é otimizar o uso do carvão vegetal produzido pela própria Gerdau. O software é usado pela empresa para definir a estratégia de utilização e armazenamento do material. “Conforme se toca no tema da produtividade, há ganhos em sustentabilidade”, afirma França.


No campo No agronegócio, a inteligência artificial tem sido testada como ferramenta para melhorar a produtividade e, com isso, reduzir o consumo de água, sementes e defensivos agrícolas, além de garantir melhor utilização da terra.


Na Bayer, ferramentas baseadas em inteligência artificial são oferecidas a partir da unidade Climate Field View. Líder de soluções digitais da divisão agrícola da Bayer para a América Latina, Abdalah Novaes esclarece que a plataforma reúne dados de satélites com informações enviadas pelos equipamentos dos produtores usados no plantio, adubação, pulverização e na colheita. “No final de um ciclo, o produtor tem informações sobre a produtividade em cada área e recebe orientações sobre como ter melhores resultados na próxima safra”, exemplifica.


Novaes diz que o sistema pode sugerir mudanças em parâmetros como a velocidade das máquinas na hora de plantar e a quantidade de sementes e água a ser utilizada em cada região da propriedade. “Hoje, e cada vez mais, será preciso ampliar a produção que se pode realizar no mesmo espaço de terra”, analisa.



FONTE: diariodocomercio.com.br

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