No mês passado a inflação oficial ficou em 0,71%. O preço da gasolina foi o que mais pressionou o indicador
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou março com alta de 0,71%, ante um avanço de 0,84% em fevereiro. No ano, a taxa acumula 2,09% e em 12 meses, 4,65%, o menor valor para o período desde janeiro de 2021.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 11/04, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A desaceleração da inflação teve contribuição do grupo Alimentação e Bebidas, cujo preços avançaram 0,05% em março, aumento mais discreto que a alta de 0,16% de fevereiro. Com isso, o grupo impactou em 0,01 ponto porcentual o IPCA.
Entre os componentes desse grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,14% em março, após ter avançado 0,04% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,6%, ante alta de 0,5% em fevereiro.
Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, lembra que Alimentação e Bebidas tem um importante peso na composição da inflação, e que a sua desaceleração contribui para amortizar o efeito da recomposição dos preços da gasolina.
O principal responsável pela inflação de março foi o aumento da gasolina, que subiu 8,33% no mês e teve impacto individual de 0,39 ponto percentual no IPCA.
“Essa leitura da inflação, juntamente com a melhora do câmbio, são fatores importantes para a descompressão da curva de juros, para consolidar a redução dos juros na passagem do primeiro para o segundo semestre do ano”, diz Camila.
A economista também destaca a desaceleração da inflação de Serviços, que registrou alta de 0,25% em março, inferior ao avanço de 1,4% de fevereiro.
“Esse é um sinal importante porque a inflação de Serviços está ligada ao desempenho da atividade econômica, já que esse setor foi um dos que mais cresceu nos últimos dois anos. Esse pode ser um sinal do desaquecimento promovido pela taxa de juros, que serve como freio para a economia”, diz.
CONFIRA AS VARIAÇÕES NOS GRUPOS QUE COMPÕEM O IPCA
- Alimentação e bebidas: 0,05% - Habitação: 0,57% - Artigos de residência: -0,27% - Vestuário: 0,31% - Transportes: 2,11% - Saúde e cuidados pessoais: 0,82% - Despesas pessoais: 0,38% - Educação: 0,10% - Comunicação: 0,50%
FONTE: dcomercio.com.br
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