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O que esperar do mercado de e-commerce da América Latina em 2023


Embora o impulso dado pela pandemia tenha diminuído, o setor de e-commerce da América Latina deve crescer no ano que vem, mesmo que o cenário macroeconômico possa causar problemas, já que todas as economias da região devem registrar crescimento menor, fator que pode afetar o consumo e as vendas no varejo.


“Os países da região enfrentarão, mais uma vez, um contexto internacional desfavorável, no qual se espera uma desaceleração do crescimento e do comércio mundial, taxas de juros mais altas e menor liquidez global”, apontou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) da ONU em um relatório de outubro.


Uma tendência importante envolve uma maior presença de players internacionais de comércio eletrônico, principalmente asiáticos como Shopee e AliExpress. De acordo com um estudo encomendado pela plataforma global de pagamentos Nuvei para a empresa de pesquisa Americas Market Intelligence (AMI), as companhias asiáticas representarão 28% das importações para a América Latina via e-commerce até 2026, ante cerca de 16% em 2022.


“A América Latina é um mercado muito relevante para comerciantes internacionais. O Brasil e o México, em particular, são atraentes por seu tamanho, dinamismo e padrões culturais, que espelham os mercados asiáticos”, afirmou o responsável pela Nuvei, Yuval Ziv, no relatório.


Duas outras tendências – o crescimento das vendas online por smartphones (m-commerce) e os pagamentos de e-commerce com carteiras digitais, como MercadoPago e PicPay, e sistemas de pagamento instantâneo – também se fortalecerão no próximo ano.


No Brasil, o sistema de pagamentos instantâneos PIX, do Banco Central, bateu um novo recorde em 20 de dezembro, com 104 milhões de transações realizadas em 24 horas, segundo a instituição.

Lançado em novembro de 2020, o PIX conta com 143 milhões de usuários cadastrados, sendo 132 milhões de pessoas físicas e 11,7 milhões de pessoas jurídicas. Em setembro, o sistema ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão (US$ 192 bilhões) movimentados no mês.


PROJEÇÕES

O número de compradores digitais na região deve aumentar em mais de 20% até 2025, em comparação com os atuais 371 milhões de compradores estimados, de acordo com a empresa de pesquisa Statista. Esse crescimento é parcialmente guiado pela população jovem e com habilidades digitais, juntamente com a rápida expansão da penetração da Internet e dos smartphones.


Porém, a menor participação de pessoas físicas no sistema bancário formal e tradicional, em comparação com outras geografias, também tornou a região um terreno fértil para serviços de pagamento eletrônico e bancos digitais, que oferecem facilidades e menos burocracia.

Até 2025, as vendas regionais de varejo on-line devem atingir US$ 160 bilhões, ante US$ 85 bilhões em 2021, com Brasil e México competindo pelo primeiro lugar, de acordo com a Statista.


A ABcomm, associação brasileira de comércio eletrônico, espera que as vendas online cheguem a R$ 186 bilhões no próximo ano, acima dos R$ 170 bilhões estimados para 2022. A instituição também estima que os compradores online frequentes cheguem a 87,8 milhões, cerca de 5 milhões a mais.


Segundo o último levantamento da FecomercioSP, o comércio eletrônico no estado de São Paulo deve faturar R$ 66,7 bilhões este ano, R$ 13,7 bilhões a mais que no ano passado.

No México, mais de 48% da população comprou bens ou serviços online este ano, com previsão de chegar a 53% em 2023. Em 2019, 37% dos consumidores compraram digitalmente, de acordo com a Statista.


As vendas on-line mexicanas totalizaram 401 bilhões de pesos (US$ 20 bilhões) no ano passado, um aumento de 27%, representando 11,3% do total das vendas no varejo, segundo dados da câmara local de comércio eletrônico AMVO.


Enquanto isso, o comércio eletrônico argentino cresceu 73% ano a ano no primeiro semestre de 2022, com as vendas atingindo 1,09 trilhão de pesos (US$ 6,24 bilhões), de acordo com a câmara local de comércio eletrônico Cace.


A colombiana CCCE, por sua vez, estima que as vendas de e-commerce cresçam 19% em 2022, ante os 40 trilhões de pesos (US$ 10 bilhões) gerados no ano passado, um aumento de 40,2% em relação a 2019.


INVESTIMENTOS

Para acomodar o crescimento, as plataformas estão investindo pesado em centros de distribuição e frotas de entrega.


O Mercado Livre investiu US$ 1,45 bilhão em 2022 no México, um recorde para aquele mercado, que se tornou o segundo da empresa depois do Brasil. A maior parte dos investimentos foi para infraestrutura logística, como armazéns e centros de distribuição.

A empresa ampliou a infraestrutura de abastecimento e pretende atender mais pedidos por meio de sua rede logística Mercado Fulfillment.


Esses investimentos são particularmente importantes no México, Brasil e Chile, com maior penetração no México, onde mais de dois terços dos pedidos são gerenciados em centros de atendimento.


No entanto, o acesso ao crédito representa um obstáculo no país, já que mais de 54 milhões de mexicanos são considerados fora do sistema financeiro tradicional, de acordo com o escritório de estatísticas local Inegi, e é por isso que o varejista online reforça sua carteira MercadoPago.


No Brasil, o Mercado Livre investiu R$ 17 bilhões este ano, 70% a mais que no ano passado, como parte de sua estratégia de crescer e consolidar os negócios em seu principal mercado.



FONTE: bnamericas.com/pt

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