Grupo responde por mais da metade da elevação das despesas dos lares, aponta FecomercioSP
O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) apresentou alta de 5,79%, no acumulado dos últimos 12 meses. Em fevereiro, o índice registrou elevação de 0,63%, pouco acima do 0,50% constatado no primeiro mês do ano. Os tradicionais reajustes da educação fizeram do grupo o grande vilão da elevação das despesas das famílias no segundo mês do ano.
Com grande peso no orçamento, a categoria alimentação e bebidas também pressionou as contas dos lares paulistanos. Os dados são do levantamento mensal Custo de Vida por Classe Social (CVCS), elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Educação
Na comparação interanual, o segmento da educação apresentou crescimento de 7,05%. Na variação mensal, o aumento foi de 5,24% – número que representa 0,37 ponto porcentual (p.p.) o índice geral de fevereiro. O ensino médio apontou elevação média de 11,1%, enquanto o ensino fundamental, de 10%. A educação infantil aumentou 9,3%. O impacto do setor foi alto para todas as faixas de renda analisadas. A maior variação foi vista na classe D, de 6,63%. Para a classe A, a alta foi de 5,95%, ao passo que a classe E registrou elevação de 3,65%.
Apesar dos efeitos, esta é uma questão pontual e não estrutural, aponta a FecomercioSP. O segmento não vai continuar a pressionar nos próximos meses.
Saúde e habitação pressionaram de forma similar: o primeiro grupo apontou elevações de 12,02%, em 12 meses, e 1,15%, em fevereiro; o segundo registrou crescimentos de 2,62%, na comparação interanual, e 0,78%, na mensal.
No grupo da saúde, os preços aumentaram tanto no varejo quanto nos serviços. Os serviços médicos apresentaram alta de 3,1%, e o plano de saúde, 1,2%. Pelo comércio, os perfumes avançaram 7,3%, os produtos para a pele cresceram 4% e o antigripal encareceu 2,5%.
No grupo da habitação, por sua vez, também pressionou os serviços e o varejo. Pelo primeiro, o aluguel residencial obteve elevação de 1,6%, enquanto a energia elétrica residencial aumentou 0,7%. Já no segundo, destaque para os produtos de construção, como revestimento de piso, cimento e tijolo – que subiram 2,1%.
Alimentação e bebidas têm alta de 0,40%
Segmento com principal peso no CVCS, alimentação e bebidas registrou alta mensal de 0,40%, gerando impacto de 0,9 p.p. na variação global. As frutas, legumes e verduras sofreram aumento, como o mamão (15,1%), a alface (9,6%) e a cenoura (15,9%).
De acordo com a FecomercioSP, questão climáticas, como excesso de chuva e aumento de custos, explicam as altas mais expressivas. A classe A foi a que mais sentiu as variações (0,52%), ao passo que, para a classe E, a variante foi de 0,28%. No campo negativo, três grupos apresentaram retração nos preços. Quem mais ajudou a contrabalancear o aumento no mês foi o grupo dos transportes, que caiu 0,49%. Destaques para as quedas de 8,8% das passagens aéreas e de 4,6% do seguro de veículo. No varejo, redução de 2,4% do óleo diesel.
Em contrapartida, a gasolina apontou aumento médio de 1%. Um fato importante é que o alívio foi maior para as classes de renda mais baixas. Para a classe E, por exemplo, o grupo transporte retraiu 0,72%, ao mesmo tempo que, para a classe A, houve aumento médio de 0,26%. Os grupos de vestuário e artigos do lar completam a lista de quedas, com variações respectivas de 0,35% e 0,66%.
Apesar dos preços médios arrefecendo, ao apresentar variação abaixo da vista em 2022, o custo de vida na RMSP continua em patamar elevado, próximo a 6%. São pressões de custos, impostos e problemas climáticos que pressionam a oferta e não permitem uma inflação mais baixa. Frente a um cenário relativamente melhor, as famílias devem recuperar de forma gradativa o poder de compra, o que é um ótimo indicativo para os empresários do comércio.
Varejo e serviços acumulam alta
O Índice de Preços do Varejo (IPV), da CVCS, acumulou alta de 5,29% nos últimos 12 meses. Dentre os oito grupos estudados, cinco apresentaram variação positiva. Destaque para a elevação no segmento de saúde e cuidados pessoais (113,45%), seguido pelo de alimentos e bebidas (10,41%).
Elevação também observada no Índice de Preços dos Serviços (IPS), da CVCS, acumulado de 6,29% em 12 meses. Dentre os oito grupos que compõem o indicador, seis apontaram índices positivos. No período, a maior variação foi vista em educação (7,48%) e habitação (0,89%).
FONTE: fecomercio.com.br
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